terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dilma: aprovação de emendas sem indicação da fonte de recursos é 'presente de grego'

CARUARU, PE - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, em Caruaru - a 130 quilômetros de Recife, Pernambuco - , que aprovar projetos que aumentem os gastos públicos sem indicar a origem dos recursos é um "presente de grego". Dilma afirmou ainda que "não é propícia" a discussão desses temas em meio à crise financeira internacional. Em entrevista a rádios locais, ela foi questionada se não seria um "presente" o recuo da discussão da Emenda 29, que fixa percentuais de investimentos da União, estados e municípios na saúde, e da PEC 300, que determina um piso salarial nacional para policiais.
- Eu não quero é que me deem presente de grego. Eu quero saber como serão os investimentos necessários para garantir saúde de qualidade, de onde vão sair os recursos. O que considero é que, num momento de crise financeira internacional, não é propícia a aprovação de despesas sem dizer de onde virão os recursos. Que eles aprovassem as despesas, mas tivessem firmeza e coragem de aprovar também de onde vão vir os recursos - disse Dilma.
Na segunda-feira, a presidente já havia pedido aos partidos que não criassem despesas sem fonte de receita. Dilma desembarcou em Caruaru, de onde seguiu para Cupira, também na região agreste. Ela assegurou que o corte de R$ 10 bilhões anunciado pelo ministro Guido Mantega não afetará as iniciativas sociais do governo nem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
- Vamos manter todos os investimentos do PAC, do Minha Casa Minha Vida, as obras da Copa e das barragens como a de 'Curupira' - disse a presidente, referindo-se à cidade de Cupira.
Dilma aproveitou para explicar que o corte é um caminho para aumentar investimentos prioritários, e afirmou que o próximo passo é pensar na redução de juros praticadas no país.
- Hoje o Brasil pratica uma das mais altas taxas de juros. Diante da crise internacional, a gente tem que reagir de dois jeitos: o primeiro é assegurar que o Brasil continue crescendo, porque a nossa maior defesa contra a crise é o crescimento do mercado interno - ressaltou - Mas quem nos protege é a economia crescendo, gerando empregos - completou.
Ao ser abordada sobre a polêmica obra e transposição do rio São Francisco, que já teve seu custo revisto várias vezes, ela disse que todas as obras do governo agora só têm início depois de aprovado o projeto executivo.
- Porque sem ele a gente não tem noção da obra - afirmou, referindo-se a um vício comum nos governos, que dão início a obras sem projeto executivo, o que termina gerando uma série de aditivos e despesas extras.
Depois de Cupira, Dilma vai a Garanhuns, a 230 quilômetros do Recife, onde participa da aula inaugural do curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE). O governo federal tem duas obras educativas no agreste - uma escola técnica e o campus da Universidade Federal Rural - que foram interrompidos por problemas com as empreiteiras. Dilma revelou que uma das obras foi abandonada pela construtora, que agora está riscada das concorrências do governo federal.

fonte : http://br.noticias.yahoo.com/dilma-aprovação-emendas-indicação-fonte-recursos-é-presente-162023637.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário