Droga estava em cinco contêineres, entre sacos de gesso Apreensão foi no Porto de Suape (PE), o mais movimentado do Nordeste
Uma investigação de vários meses feita pela Polícia Federal (PF) colocou fim a um esquema de tráfico de droga para a África, que tinha como rota o Porto de Suape, em Pernambuco, onde a PF e a Receita Federal apreenderam 530 quilos de cocaína no fim de semana. O volume de droga pode ser maior, já que ainda faltavam ser vistoriados quase 3,5 mil sacos de gesso, que era o tipo de carga em que o entorpecente estava camuflado e que seguiria em cinco contêineres para a África. O navio já estava sendo monitorado pelas autoridades brasileiras, mas ainda não se sabe a origem do pó, que pode ser da Bolívia ou Colômbia. Nos últimos três anos, a PF reteve mais de 10 toneladas da droga em portos brasileiros.
A apreensão confirma uma tese da Polícia Federal, de que as rotas do narcotráfico internacional estão se voltando cada vez mais para os portos brasileiros. Neste ano, pelo menos 400 quilos de cocaína pura foram apreendidos em Santos (SP) – em operações separadas – quando seriam embarcadas para África e Europa, respectivamente. No Porto de Paranaguá, no Paraná, a Polícia Federal reteve em 2009 pelo menos cinco toneladas que seriam embarcadas para a Romênia, e no ano passado, também em Santos, fiscais da Receita Federal descobriram 1,7 tonelada do pó em uma carga de maçãs.Segundo a Polícia Federal, a cocaína retida no Porto de Suape – o mais movimentado do Nordeste – estava em cinco contêineres com carregamento de gesso. A droga, descoberta por um cão farejador da PF, foi espalhada em pequenas quantidades – de até um quilo cada uma – entre sacos. A PF não informou a origem da droga, mas pela rota é provável que tenha embarcado na Colômbia, normalmente o país que mais exporta para a Europa, passou pelo Caribe e do Porto de Suape seguiria para o continente africano. A informação inicial da PF é que o pó tenha vindo de Manaus.
RESPONSÁVEISAté o início da noite de ontem, a PF havia aberto 3,5 mil sacos de gesso, onde foram encontrados os 530 quilos de cocaína, mas ainda faltavam 3.470 embalagens a serem vistoriadas e a própria Polícia Federal acredita que o volume da apreensão possa aumentar. A corporação e a Receita já identificaram a empresa responsável pela carga e irá chamar seus proprietários para avaliar o grau de participação de cada um no tráfico internacional.De acordo com a lei brasileira, a responsabilidade sobre a droga que chegou ao porto é da empresa exportadora. Todas as transações comerciais precisam ser registradas no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex, no qual a empresa cadastra informações como Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço e telefones, além de dados sobre o material exportado. O registro é feito pela Receita Federal.Rastrear a empresa, entretanto, pode não ser tão simples. “Certamente, é uma companhia de fachada. Deve ter registrado nome, local e informações falsas”, avalia o advogado especializado em Comércio Exterior, Aldo Renato Soares. “O cadastro é feito partindo do pressuposto de que a empresa age de boa fé. Esse sistema foi pensado com o objetivo de agilizar a burocracia do exportador”, explica o advogado.
http://www.em.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário