terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Especialistas ensinam os segredos para encarar a temporada de festas sem engordar

Durante o ano inteiro, manter a boa forma já exige sacrifícios: é preciso ter muita disciplina nos exercícios, comer menos do que se gostaria, resistir aos doces e às frituras. Quando chegam as festas natalinas, tudo parece piorar. Dezembro traz uma onda de tentações que parece irresistível. Mas é possível aproveitar bem as festas e comer de tudo, sem engordar. Parece mentira? Pois não é o que dizem especialistas na área que conversaram com o UOL Ciência e Saúde.Sem excessos, atentos às boas substituições, podemos aproveitar os almoços e jantares do final de ano sem peso na consciência. Confira as principais dicas para passar a temporada de festas sem ganhar os incômodos quilinhos extras.
Coma devagarSegundo a endocrinologista Gláucia Carneiro, do laboratório de obesidade da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o principal segredo é aproveitar a reunião familiar para fazer uma refeição bem lenta, mastigando bastante. “Comer rápido engorda mais, porque a pessoa não fica saciada. Ela pode devorar a ceia inteira – e é exatamente isso que ela não deve fazer”, afirma.Quando comemos mais lentamente, por consequência se reduz a quantidade de ingestão, explica a endocrinologista. “Quem come lentamente não tem como engordar. É uma questão química: existe um freio hormonal da fome que precisa de 20 minutos para atuar.” A médica lembra que os pratos típicos, como peru e chester, são carnes magras, pouco calóricas. Portanto, o que engorda mesmo, diz, é o exagero na quantidade. E também o abuso das sobremesas.A mesma recomendação vale para as bebidas alcoólicas. “Tomar uma taça de champanhe não tem problema nenhum. Mas lembre-se que bebida também engorda, principalmente a cerveja”, alerta Carneiro. Uma garrafa de cerveja contém aproximadamente 280 calorias, o que equivale a quase três pães franceses – cada pãozinho de 50g tem cerca de 100 calorias.Evite os exagerosDe acordo com o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, a receita para manter a saúde nessa época é desfrutar bem da ceia, mas não comer como se estivesse na ceia de Natal ou Ano Novo por duas semanas seguidas.“Uma só refeição mais calórica não vai fazer nenhum estrago em longo prazo. O que não pode é ficar comendo muito, em geral as sobras das ceias, por vários dias seguidos”, afirma Mancini.Evitar a tentação daqueles pratos maravilhosos por dias e dias a fio, a recomendação do médico é se planejar para que não sobre tanta comida. Outra dica de Mancini é aproveitar o tempo livre para caprichar um pouco mais nos exercícios.Malhe um pouco maisO mesmo conselho – de aumentar um pouco a rotina de atividades físicas – é dado pelo personal trainer Thiago Arias. “Não existe segredo: para manter o mesmo corpo ou se mantém a mesma alimentação (com a mesma ingestão de calorias), ou se come mais e se intensifica os exercícios (para gastar as calorias extra ingeridas)”, afirma. O problema, de acordo com Arias, é que nessa época as pessoas ficam mais ocupadas, com menos tempo para dedicar aos exercícios. Muitas ainda viajam parte do mês, o que também costuma quebrar o ritmo que treino.Ainda que se abone os exercícios por uma ou duas semanas na época das festas, Arias aconselha: não se preocupe a ponto de ficar estressado. Segundo ele, quem está acostumado a treinar o ano inteiro pode se dar ao luxo de descansar uma semana. “Parar um pouquinho não faz mal nenhum.”


Fonte: UOL

Tomar café reduz risco de câncer endometrial, diz estudo

Tomar café pode ser um fator para reduzir o risco de desenvolver câncer endometrial, segundo um estudo realizado pela Universidade de Harvard, que destaca os benefícios desta bebida, mas recomenda ter cuidado com o açúcar e o creme extra. A pesquisa revela que beber mais de quatro xícaras de café por dia durante um período prolongado de tempo reduz em 25% o risco de desenvolver câncer endometrial, enquanto beber entre duas e três o rebaixa 7%.

Em entrevista à Agência Efe, Youjin Je, doutorando da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e principal autora do estudo, explica que os altos níveis de estrogênio e insulina se associaram a um maior risco de câncer de endométrio, aquele que se origina no revestimento do útero. Vários estudos epidemiológicos já haviam demonstrado que as mulheres, com um alto consumo de café, tinham menores níveis desses hormônios, comparado com aquelas que bebiam pouco ou nada de café. Daí surgiu a hipótese de que o consumo alto de café poderia reduzir o risco desse tipo de câncer. "O café contém muitos compostos biologicamente ativos, incluindo os ácidos fenólicos e a cafeína, que têm uma potente atividade antioxidante e podem afetar o metabolismo da glicose e os níveis de hormônios sexuais, que estão relacionados com o risco de câncer endometrial", indica.

Os pesquisadores analisaram os dados de um estudo mais amplo de saúde, com a participação de 67.470 mulheres durante 26 anos. Foram registrados 672 casos de câncer de endométrio. A equipe de Youjin Je constatou que aquelas que costumavam tomar mais de quatro xícaras de café por dia tiveram 25% menos de probabilidade de desenvolver câncer endometrial, enquanto as que bebiam entre duas e três registraram 7%. Uma relação similar foi observada no café descafeinado, já que as que disseram beber mais de duas xícaras por dia tiveram 22% menos de probabilidade, algo que o estudo atribuiu a que o café "pode modular os níveis de estrogênios e insulina favoravelmente", e isso reduz o risco de câncer.

O estudo, publicado na revista "Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention", conclui que beber café, dado seu estendido consumo, pode ser uma estratégia adicional para reduzir o risco de câncer endometrial. No entanto, acrescentar muito açúcar ou creme "pode evitar os benefícios para a saúde". "Não recomendamos que as mulheres bebam mais café somente para reduzir o risco de câncer de endométrio. No entanto, as mulheres que consomem café devem ter a certeza de que esta bebida, em geral, não é uma substância nociva e pode, inclusive, oferecer alguns benefícios para a saúde", destaca a pesquisa. A autora principal enfatiza que as pessoas que participaram do estudo costumavam tomar café puro ou com pouco leite, açúcar ou creme. "Acrescentar grandes quantidades de açúcar ou creme ao café pode contribuir para o aumento de peso e à resistência à insulina, o que pode elevar o risco de câncer de endométrio, assim como outras doenças crônicas", adverte. EFE elv/sa.


Fonte: R7

Número de envolvidos em desvio de recursos do TRT pode passar de 20


A Operação Perfídia da Polícia Federal prendeu na manhã de ontem a servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Márcia de Fátima Pereira e Silva Vieira, acusada de desviar pelo menos R$ 5,5 milhões de depósitos judiciais. Também foram presos a mãe, o marido e um irmão da funcionária. A Polícia Federal ainda investiga a participação de outras 13 pessoas no esquema. Dois carros de luxo, três caminhões, eletrodomésticos e joias também foram apreendidos.O inquérito da PF foi instalado em 9 de dezembro, depois que o Correio revelou o golpe. Márcia foi presa pela manhã com o marido na mansão em que morava no Park Way enquanto dormia. O imóvel está avaliado em R$ 2,7 milhões. A mãe e o irmão da servidora foram presos na fazenda que a família possui na Cidade Ocidental. Segundo a PF, Márcia confessou a culpa e disse ser a comandante do esquema. Ela e os demais presos podem responder por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistemas de informática. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de prisão.

A servidora é acusada de comandar um esquema de desvio de depósitos judiciais que beneficiou a ela, familiares e amigos. Só em 2011, o valor roubado é de R$ 5,5 milhões, mas a Polícia Federal acredita que seja muito maior, porque ela possuía autorização para movimentar os depósitos desde 2006. Com ordens judiciais falsas, Márcia ordenava que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal depositassem os valores em contas que ela indicava. Para evitar suspeitas, a quadrilha mantinha uma quantia separada para pagar indenizações de beneficiários que percebiam irregularidades na movimentação.O marido da funcionária, também preso, se apresentava como advogado em alguns documentos. Só para ele foram destinados R$ 3 milhões, e em seu nome foram encontrados 10 carros. Ele também investiu parte do dinheiro roubado na criação de uma empresa de terraplanagem.

Para Fernanda de Oliveira, a delegada responsável pela investigação, o valor dos bens apreendidos e bloqueados é superior ao que uma servidora como Márcia poderia receber. “O que ela possuía estava muito acima do padrão de uma servidora pública”, descreve Fernanda. São carros importados, joias e relógios de luxo. Também estavam com os presos 16 celulares, seis televisões — uma delas de 70 polegadas —, um monitor de computador e eletrodomésticos ainda na caixa. Foram encontrados ainda comprovantes de pagamentos de prestações de imóveis: uma de R$ 200 mil, Para Fernanda de Oliveira, a delegada responsável pela investigação, o valor dos bens apreendidos e bloqueados é superior ao que uma servidora como Márcia poderia receber. “O que ela possuía estava muito acima do padrão de uma servidora pública”, descreve Fernanda. São carros importados, joias e relógios de luxo. Também estavam com os presos 16 celulares, seis televisões — uma delas de 70 polegadas —, um monitor de computador e eletrodomésticos ainda na caixa. Foram encontrados ainda comprovantes de pagamentos de prestações de imóveis: uma de R$ 200 mil

RessarcimentoSegundo a delegada, estão descartadas por enquanto a participação ou a anuência de outros funcionários do TRT. “No primeiro momento, avaliamos que ela agiu de forma isolada. Não identificamos nada que possa envolver outras pessoas do TRT”, esclarece. Os bens apreendidos, caso Márcia seja condenada, serão enviados para o tribunal para que ele decida a melhor forma de ressarcir as vítimas. “O que foi localizado no nome da quadrilha deve ser suficiente para ressarcir os prejudicados”, informou o delegado executivo da Polícia Federal Rodrigo Carneiro. Outras 13 pessoas, entre familiares e amigos de Márcia, estão sendo investigadas, mas, segundo Fernanda, o número de envolvidos pode passar de 20.Os quatro envolvidos foram presos temporariamente por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco para evitar que obstruíssem as investigações. A polícia adiantou as diligências para conseguir os mandados antes do período de recesso judiciário, que começou ontem. Caso julgue necessário, a PF ainda pode pedir a prisão preventiva, por 30 dias.A Operação Perfídia contou com a participação do Ministério Público Federal e da Corregedoria do TRT 10ª Região. Foram executados, além dos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, cerca de 50 mandados de bloqueio e sequestro de bens, inclusive de supostos laranjas.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ADI contesta norma cearense que atribui a militares função de polícia judiciária

segunda-feira - 12 de dezembro de 2011
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A Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade de norma prevista no Decreto 28.794/2007, do governo do Ceará, que cria a Coordenadoria de Inteligência, ligada à Secretaria de Segurança do Estado e composta por policiais militares. Segundo a entidade, a regra fere a Constituição Federal ao atribuir a policiais militares funções de investigação criminal, que pela Carta Magna são atividades exclusivas da polícia judiciária.

O dispositivo é questionado na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4699, proposta pela confederação e que está sob a relatoria do ministro Dias Toffoli. Nela, a entidade sustenta que a norma prevista no decreto do governo do Ceará (artigos 39 a 42) contraria o artigo 144 da Constituição Federal, o qual regula o exercício da segurança pública no país, diferenciando claramente as atribuições de cada um dos órgãos policiais. Pelo dispositivo constitucional compete à polícia civil a apuração de infrações penais e à polícia militar o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública (parágrafos 4º e 5º do artigo 144).

O exercício exclusivo das funções de polícia judiciária pelos agentes civis também é reforçado no Estatuto da Polícia Civil de Carreira do Estado do Ceará (inciso I, artigo 4º), conforme salienta a confederação. “É patente que os policiais civis não ocupam posição análoga à dos militares em relação às suas atividades”, afirma a entidade na ação, acrescentado que tais funções são “diametralmente distintas e bem definidas no artigo 144 da Carta Magna”. “Assim, não há que se equiparar a polícia judiciária e a militar”, conclui.

Diante disso, a autora requer ao STF a declaração de inconstitucionalidade da norma que criou a Coordenadoria de Inteligência do Ceará para a realização de investigações criminais por policiais militares. Na ação, a Cobrapol pede ainda que seja concedida liminar para suspender os efeitos da norma até o julgamento final da ADI pela Suprema Corte. Segundo a entidade, a medida cautelar é necessária, pois uma eventual demora na decisão poderia prejudicar o curso de uma série de investigações criminais que já vêm sendo realizadas por militares.
MC/AD

Legenda da foto
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Processos relacionados
ADI 4699
http://www.stf.jus.br

Ceará: Capitão da PM é condenado a 46 anos de prisão

Advogado do oficial tentou alegar legítima defesa, mas jurados não acataram a tese.

Dia 17 de Março de 2007. Um oficial da Polícia Militar e dois jovens se desentendem durante uma ‘bebedeira’ num bar. Inicia-se uma luta corporal, e o policial saca seu revólver calibre 38 e atira contra seus opositores, matando os dois.

Foi a partir desse fato que a vida de Daniel Gomes Bezerra, à época capitão da PM do Ceará, se transformou completamente. Preso no batalhão do CHOQUE desde o dia do crime, na última quarta-feira (7) saiu a sentença imposta ao capitão, num julgamento que durou 15 horas.

Daniel Gomes foi condenado a cumprir 46 anos de prisão, por ter tirado a vida dos irmãos Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira, naquele dia 17 de Março de 2007.

De acordo com matéria publicada pelo Diário do Nordeste, o ex-capitão confessou os crimes durante o julgamento. Seu advogado tentou alegar legítima defesa; homicídio privilegiado em razão de injusta provocação que o réu teria recebido das vítimas; e, por último, a desclassificação para homicídio simples.

As teses não foram acatadas pelo Júri Popular, e Daniel foi condenado por duplo homicídio qualificado. Mãe, pai e irmãos das vítimas estiveram presentes no julgamento.

A roda da vida
Chegar ao posto de capitão da Polícia Militar exige anos de estudos, trabalho e dedicação, assim como ocorre em outros cargos da segurança pública. Mas para quem porta uma arma de fogo diuturnamente (pode acontecer com qualquer um), tudo pode ‘ir para os ares’ em questão de segundos.

FONTE: http://policialbr.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Experiências de eliminação do trabalho de crianças e adolescentes são exemplo mundial, diz OIT

Os esforços do Brasil para eliminar o trabalho infantil – que se refere às crianças e aos adolescentes de 5 a 17 anos – em pelo menos 50% nos últimos 20 anos servem como exemplo mundial a ser seguido, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Porém, as autoridades sabem que o empenho deve ser mantido, pois ainda há cerca de 4,1 milhões de crianças e adolescentes trabalhando ilegalmente no país, principalmente no Norte e Nordeste.
Para verificar os projetos desenvolvidos em parceria pelos governos federal, estaduais e municipais e pela OIT e conversar com as autoridades brasileiras, a diretora-geral do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil da organização, Constance Thomas, chega nesta terça-feira (6/12) ao Brasil, onde fica até o dia 13.
A diretora visitará Salvador, Cuiabá e Brasília. NA capital federal, ela se reunirá com os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), além de integrantes do Ministério Público e do Ministério das Relações Exteriores.
O coordenador nacional do Projeto Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Renato Mendes, disse à Agência Brasil que o fim da exploração de crianças e adolescentes está diretamente associado às políticas públicas na área social.
“A experiência desenvolvida no Brasil é modelo devido ao conjunto das ações. A eliminação do trabalho infantil depende de esforços para a execução de políticas sociais, como o Bolsa Família, o Mais Educação e outros”, disse Mendes. “Mas é necessário lembrar que o problema ainda existe e deve ser solucionado”, acrescentou ele.
Mendes disse ainda que a OIT está preocupada com a possibilidade de o trabalho infantojuvenil ser retomado em áreas que estava extinto em decorrência dos impactos da crise econômica internacional. “Nosso receio é que o trabalho infantil seja retomado em países que ele já não existia mais.”
Na semana passada, autoridades do Timor Leste estiveram no Brasil para observar os programas desenvolvidos em várias cidades. A ideia é que, no primeiro semestre de 2012, as medidas sejam implementadas no país.
No Brasil, o trabalho denominado perigoso é vetado para quem tem menos de 18 anos. Aos 14 e 15 anos, o adolescente brasileiro pode trabalhar como aprendiz. Aos 16 anos, o jovem pode ser contratado com carteira assinada e seguindo a legislação.

http://noticias.admite-se.com.br

Sedhab lança site para divulgar processo de regularização de terrenos

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Sedhab) lançou ontem um portal na internet para divulgar o processo de regularização de terrenos e cidades do Distrito Federal. Atualmente, segundo dados da Sedhab, mais de um terço da população vive de forma ilegal. Com a criação do site Regularizou, é seu! (www.regularizar.df.gov.br), a intenção do Governo do DF é incentivar a busca da comunidade pela legalização das áreas ocupadas.
Ainda em fase de desenvolvimento, o site servirá como ponte entre a população e o GDF. O portal é uma das recomendações de um documento assinado entre o GDF e o Tribunal de Justiça do DF e Territórios, que pede ações de curto, médio e longo prazo. Oferecer informações pela internet foi a primeira medida. “É uma aliança dos poderes Judiciário e Executivo”, explicou Geraldo Magela, secretário da Sedhab. Para ele, é fundamental que haja transparência dos processos de regularização. Segundo o secretário, o portal será aprimorado à medida que a demanda aumente ou a partir de sugestões dos usuários.
A criação do programa faz parte do projeto de regularização das áreas do Distrito Federal. O site traz ainda informações sobre o andamento dos processos de legalização dos terrenos de templos e entidades de assistência social e das entregas de escrituras. Com o nome e o CPF, o usuário poderá saber em que fase está a situação do imóvel. Hoje, existem mais de 18 mil escrituras no DF de pessoas que moram em áreas regularizadas, mas ainda não têm o documento definitivo e legítimo.
A Estrutural, com 25,7 mil moradores, foi a primeira cidade a ser regularizada, em 19 de novembro último, após a assinatura do decreto de aprovação do projeto pelo governador Agnelo Queiroz.
Ontem, começou o processo de regularização dos 2,4 mil becos de Ceilândia entregues há 15 anos para policiais militares e bombeiros. Em audiência pública na Administração Regional, Magela e o administrador regional Ari de Almeida apresentaram à comunidade o anteprojeto de lei complementar sobre a desafetação das áreas e os procedimentos de regularização desses espaços já ocupados.


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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Justiça manda soltar os seis últimos dos 19 PMs acusados de extermínio



Agentes não encontraram os corpos de 36 desaparecidos após abordagem dos militares, que respondem a outros nove inquéritos








Ex-comandante em Formosa, o tenente-coronel Ricardo Rocha deixou a cadeia comemorando com colegas



Após nove meses de prisão, 19 policiais militares goianos acusados de integrar um grupo de extermínio ganharam a liberdade, graças a decisões da Justiça estadual. Os últimos seis suspeitos detidos em um batalhão da corporação em Goiânia deixaram o cárcere na noite da última terça-feira. Eles serão reintegrados à instituição, mas ficarão fazendo apenas trabalhos administrativos, até o fim do inquérito conduzido pela Polícia Federal. No entanto, a soltura de todos não significa inocência. Além desse processo, integrantes do bando respondem ainda a pelo menos nove ações instauradas em quatro cidades do estado, envolvendo execuções sumárias, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
Os PMs conseguiram o benefício graças à dificuldade dos federais em encontrar os corpos de 36 desaparecidos após contato com os militares. Sumiços que deram início a investigações no Ministério Público de Goiás (MPGO), que por sua vez pediu ajuda à Polícia Federal, por causa da falta de ações das polícias Civil e Militar do estado. Os federais precisam localizar os restos mortais das vítimas para terminar o inquérito e denunciar os culpados à Justiça. Mas havia um prazo para a prisão dos acusados, sem a denúncia formal, que se expirou. O tempo máximo era de 90 dias. Alguns ficaram mais justamente por responder a outras ações, que possibilitaram pedidos de renovação da detenção provisória.


A libertação dos acusados coincide com a retomada da política de linha dura anunciada pelo novo comandante da PM goiana, coronel Edson Costa. Em sua posse, na última segunda-feira, ele afirmou que retomará práticas suspensas há nove meses, desde a prisão de 19 PMs, entre eles o então subcomandante da corporação, coronel Carlos Cézar Macário. As medidas incluem o retorno às ruas dos policiais do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), com uniformes e carros pretos. A instituição criará um batalhão velado, para fazer o policiamento sem identificação.E foi sob escolta de uma equipe da Rotam que um dos ex-comandantes da tropa, e principal acusado de liderar o suposto esquadrão da morte goiano, deixou o prédio da PM onde estava detido, na noite de terça-feira. O tenente-coronel Ricardo Rocha Batista saiu disparando da cadeia improvisada na Academia de Polícia da PM. “Tenho processo de morte contra bandidos, ladrões de bancos, criminosos, foragidos. Nunca fugi da responsabilidade. Ainda tenho 10 anos de trabalho na PM e nunca fui condenado. Saio já com o intuito de trabalhar”, afirmou.
Sob o comando de Ricardo Rocha, a Rotam matou como nunca em Goiânia. De 6 de março de 2003 a 15 de maio de 2005, houve 117 homicídios na capital estadual cuja autoria é atribuída a PMs, a maioria da Rotam. Das 117 vítimas, 48,7% (57 pessoas) não tinham ficha criminal. Outras 60 (51,3%) eram foragidas da Justiça ou acusadas de crimes. Rocha acumula ainda denúncias de execuções sumárias de suspeitos em Rio Verde e Formosa, onde comandou os batalhões locais (leia Memória).
MedoEnquanto os acusados e seus colegas de farda comemoram a decisão da Justiça goiana, parentes de desaparecidos após abordagem policial, denunciantes e testemunhas sentem medo. Alguns, ao ponto de deixar o estado, como o padre Geraldo Labarrère Nascimento, 70 anos. Ele saiu de Goiânia há dois meses, após várias ameaças de morte. Em 21 anos na capital do estado, ele denunciou, entre outros crimes, execuções sumárias atribuídas aos PMs presos pela PF.
O padre Geraldo presidia a Casa da Juventude, no Setor Universitário de Goiânia. Com doações, a entidade realiza trabalhos com crianças e adolescentes de baixa renda e atende familiares de vítimas da violência policial. Em 28 de abril de 2006, fundou o Comitê goiano pelo fim da violência policial. As ameaças sofridas por defensores dos direitos humanos em Goiás têm preocupado a Igreja Católica.
Desde a Operação Sexto Mandamento, realizada pela PF, as ameaças se intensificaram e levaram uma comissão da Igreja Católica a cobrar do governador Marconi Perillo (PSDB) ações em favor da segurança dos alvos, em 30 de agosto. Perillo prometeu encaminhar os nomes e as situações de ameaça à Secretaria de Segurança Pública. Desde então, nenhuma medida foi adotada para proteger as pessoas ameaçadas. Agora, a PM retoma a política de linha dura nas ruas de Goiás, implantada pela Rotam nos anos 1990 e 2000. Ontem, ninguém da Secretaria de Justiça ou da PM quis dar entrevista. Nenhum integrante das instituições também informou se algo foi feito para encontrar os corpos dos desaparecidos após abordagem policial.
Para o promotor de Justiça Bernardo Boclin Borges, coordenador do Apoio Criminal do MPGO, as punições aos militares acusados de integrar um grupo de extermínio são questão de tempo. “Eles (os suspeitos) vão dizer que são heróis, não são bandidos, mas nada vai nos intimidar. Temos vários processos em várias comarcas. Somente em Goiânia, são três ações com réus diferentes. Vai demorar, mas todos irão a júri popular, como ocorreu no caso Bertinho”, afirmou, se referindo ao carroceiro José Roberto Correia Leite.
Bertinho foi torturado e assassinado após ser levado por uma equipe do serviço secreto da PM, no Novo Gama (GO), em 1999. Os PMs queriam arrancar dele informações sobre o paradeiro de um suposto criminoso, o qual o carroceiro não tinha intimidade. Após matarem a vítima, os militares esconderam o corpo. Os envolvidos na barbárie acabaram condenados a 17 anos de prisão. Mas cumpriram apenas um terço da pena, toda em um quartel da corporação, e voltaram à ativa com patentes maiores. Na apuração do assassinato do carroceiro, agentes civis identificaram 66 corpos de pessoas executadas nas mesmas condições. Um clássico caso de grupo de extermínio, como o agora investigado pela PF.
Denúncias de matança em série
O Correio Braziliense iniciou, em 11 de maio de 2009, uma série de reportagens sobre a ação de grupos de extermínio no Entorno do DF. As primeiras matérias denunciavam a responsabilidade de policiais militares em pelo menos 20% dos homicídios registrados em Formosa, município goiano distante 70km de Brasília. Em 2008, os PMs admitiram ter tirado a vida de 10 das 48 pessoas assassinadas. Outros cinco casos ocorreram no segundo semestre de 2007. Na maioria dos registros, os militares alegaram confrontos com bandidos armados. Mas, grande parte das vítimas não respondia por delitos graves e morreu com ao menos um tiro na cabeça. Em quase nenhuma suposta troca de tiros houve moradores como testemunhas.
O aumento no número de mortes no município com a chegada do então major Ricardo Rocha Batista ao batalhão de Formosa, em 2007, chamou a atenção do Ministério Público goiano e da Polícia Civil, que abriram investigações sigilosas na capital do estado. Antes de Formosa, o major esteve em Rio Verde (GO), onde é acusado de executar cinco condenados que haviam fugido da cadeia e de matar com cinco tiros um homem desarmado.
Há dois anos, a Superintendência da Polícia Federal em Goiás começou a apurar cerca de 50 mortes em confrontos com a Polícia Militar em Goiânia e no Entorno de Brasília. Em 15 de fevereiro de 2011, policiais federais prenderam 19 PMs acusados de integrar um esquadrão da morte. Entre eles, Ricardo Rocha. Após a operação, batizada de Sexto Mandamento, o Correio publicou outra série, mostrando o medo dos parentes das vítimas e das testemunhas. Agora, mesmo em liberdade, todos os PMs devem responder pelos crimes de homicídio qualificado em atividades típicas de grupo de extermínio, formação de quadrilha, tortura qualificada, tráfico de influência, falso testemunho, ocultação de cadáver e ameaças.